Stephen Hawking: Um gênio entre as estrelas

Stephen William Hawking (1942-2018) foi um dos mais renomados cientistas do século XX, destacando-se como físico teórico, cosmólogo e divulgador científico. Nascido em 8 de janeiro de 1942, exatamente 300 anos após a morte de Galileu Galilei, em Oxford, Inglaterra, Hawking teve uma vida marcada por descobertas brilhantes e pela superação de desafios extraordinários.

Infância e educação

Filho de pais intelectuais – Frank, um biólogo pesquisador, e Isobel, uma ativista política –, Stephen cresceu em um lar cheio de livros e discussões intelectuais. Aos 11 anos, ingressou na St. Albans School e, em 1959, foi aceito na Universidade de Oxford, onde inicialmente estudou física, atraído por sua simplicidade e aplicação prática. Apesar de sua falta de esforço acadêmico durante os primeiros anos, ele se destacou pelo raciocínio lógico e pela criatividade.

Em 1962, Hawking iniciou seus estudos de pós-graduação em cosmologia na Universidade de Cambridge, onde foi orientado pelo matemático Dennis Sciama. Pouco tempo depois, sua vida tomou um rumo inesperado: aos 21 anos, foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença neurodegenerativa que, segundo os médicos, lhe daria apenas alguns anos de vida.

A Superação da doença

Embora o diagnóstico tenha sido devastador, Hawking encontrou forças no apoio da família e no amor de Jane Wilde, com quem se casou em 1965. Durante esse período, ele começou a trabalhar em suas contribuições mais importantes para a ciência, mesmo enfrentando as limitações progressivas impostas pela doença.

Com o tempo, Hawking perdeu quase todos os movimentos do corpo e passou a se comunicar por meio de um sintetizador de voz controlado por um único músculo da bochecha. Apesar dessas limitações, sua mente permaneceu extremamente ativa, tornando-se um símbolo de determinação e resistência.

Principais contribuições científicas

A principal área de pesquisa de Hawking foi a cosmologia, especialmente no estudo de buracos negros e da origem do universo. Entre suas contribuições mais significativas estão:

1. Radiação Hawking (1974): Hawking teorizou que buracos negros não são completamente “negros”, mas emitem partículas subatômicas devido a efeitos quânticos próximos ao horizonte de eventos. Este conceito revolucionou a compreensão dos buracos negros e uniu aspectos da mecânica quântica e da relatividade geral.
2. Singularidades Espaciais: Em colaboração com Roger Penrose, Hawking demonstrou matematicamente que as singularidades – pontos de densidade infinita onde as leis da física se quebram – são uma consequência inevitável da teoria da relatividade geral, especialmente no contexto do Big Bang.
3. Cosmologia Quântica: Ele propôs modelos para explicar a origem do universo, como a “não-fronteira”, em que o universo não tem limites espaciais ou temporais definidos, sugerindo que o tempo emergiu junto com o espaço após o Big Bang.
4. Unificação de Teorias: Ao longo da carreira, Hawking buscou uma “Teoria de Tudo” que unificasse a relatividade geral e a mecânica quântica – um objetivo ainda inatingível na física moderna.

Divulgação científica

Hawking também se destacou como um brilhante comunicador. Seu livro mais famoso, “Uma Breve História do Tempo” (1988), explica conceitos complexos de cosmologia de forma acessível, vendendo milhões de cópias no mundo inteiro e tornando-se um marco na literatura científica. Outros livros de destaque incluem “O Universo numa Casca de Noz” e “Grandes Questões da Vida”.

Além disso, Hawking tornou-se uma figura popular, aparecendo em programas de TV como The Simpsons, Star Trek e The Big Bang Theory. Sua presença em eventos públicos e seu carisma ajudaram a inspirar gerações de cientistas e admiradores da ciência.

Vida pessoal e legado

Apesar dos desafios físicos, Hawking teve uma vida cheia de realizações pessoais e profissionais. Ele e Jane Wilde tiveram três filhos, mas o casal se divorciou em 1995. Anos depois, ele se casou com Elaine Mason, sua ex-enfermeira, mas a união também terminou.

Hawking faleceu em 14 de março de 2018, no mesmo dia do nascimento de Albert Einstein, deixando um legado extraordinário. Ele desafiou não apenas os limites do corpo humano, mas também as barreiras do conhecimento científico.

Seus avanços em cosmologia, sua mensagem de perseverança e sua contribuição para a divulgação científica o consolidaram como um ícone da ciência moderna. Stephen Hawking será lembrado como uma mente brilhante que explorou os mistérios do cosmos enquanto inspirava o mundo com sua coragem e determinação.